Muitas pessoas relatam dificuldades de se conseguir uma oportunidade de emprego. Sabemos que há muito tempo sabemos que se formam muito mais assistentes sociais do que o “mercado” pode absorver. Então vamos falar sobre isso. Confira!
Em 2010 tínhamos 82.000 assistentes sociais. Já em 2020 esse número quase triplicou, passamos a ter mais de 200.000 mil assistentes sociais. Estão todos trabalhando? Não, de jeito nenhum! São necessários? Obviamente! O Brasil apesar de ser a oitava maior economia do mundo, não está nem entre os 80 primeiros países quando se trata do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Então, existem muitas expressões da questão social para dar conta.
Entretanto, existem mais assistentes sociais do que postos de trabalho disponíveis. Isso tem a ver com um contexto muito amplo que não vamos explorar neste post. No entanto, trouxemos listamos algumas dicas pertinentes para você que está buscando emprego ou novas oportunidades.
Não consigo emprego, o que fazer?
1. Cancele seu número de registro no CRESS e evite o pagamento da anuidade enquanto estiver sem renda
Caso esteja desempregado (a), infelizmente, não fique pagando a anuidade do CRESS. Você pode pedir a interrupção dos pagamentos da anuidade, em seguida o número do registro fica “congelado” até você voltar a pagar. É possível fazer isso mesmo se estiver já com um registro ativo.
Atenção, muita atenção! Você tem que ir lá no CRESS cancelar. Caso contrário, as mensalidades vão ser cobradas e muitos juros também.
2. Não pague o CRESS assim quando terminar a graduação
Muita gente se inscreve no CRESS assim que termina a graduação. Isso só vale a pena fazer isso se você for: a) Herdeira (o) b) Tiver bastante dinheiro sobrando c) Ter uma promessa/garantia de emprego imediato.
O exercício do profissão do (a) Assistente Social requer prévio registro nos Conselhos Regionais que tenham jurisdição sobre a área de atuação do (a) interessado (a) nos termos desta lei.
Então, você só é obrigado (a) a ter o registro no CRESS quando for, de fato, trabalhar.
3. Tente uma residência profissional
A média salarial para um (a) assistente social residente é de R$ 3.156,00 reais. Além de se qualificar profissionalmente, você terá um salário bem acima da média. Na residência, ainda, é possível conquistar alguma oportunidade. Ao terminar a residência você terá o título de especialista.
4. Tente uma especialização ou mestrado acadêmico
Especialização: Lato Sensu, existem opções gratuitas, mas na maioria das vezes é preciso pagar para ter o grau de especialista. Sendo bem sincero, ter uma especialização não é mais uma opção, é uma necessidade!
Confira opções de especialização diferenciadas pelo SENAC clicando aqui.
Mestrado: Stricto Sensu, a média que um (a) bolsista recebe num mestrado acadêmico é de R$ 1.500,00 reais. É pouco, mas um mestrado agrega bastante abrindo um leque de possibilidades profissionais. Existem mestrados em diversas áreas que assistentes sociais podem participar, ou seja, um (a) assistente social pode fazer mestrado em educação, sociologia, políticas públicas, ensino. Assim, não fica restrito (a) apenas ao de Serviço Social, nem à área da saúde, como nas residências. Você sairá do mestrado com título de mestre (a).
5. Estude para bons concursos públicos
Sim, ainda existe estabilidade para concursos, talvez por pouco tempo, mas existe! Existem também bons concursos públicos. É forçoso demais e, de fato, algumas pessoas vão demorar muito para conseguir ingressar numa vaga do serviço público.
Sugerimos o Qconcursos, site essencial para qualquer concurseiro.
6. Construa uma boa rede de contatos (networking)
Ter uma rede de contatos é essencial. Ser visto (a), mostrar competência, participar de encontros, grupos de estudos, projetos sociais etc. é muito importante para construir uma boa rede de contatos. E, óbvio, não estamos falando daqueles (as) assistentes sociais que se subordinam a vereadores e demais políticos, já saindo empregados da graduação.
Inclusive não recomendamos, pouco agrega, estabilidade zero e subordinação total.
Edit: uma pergunta que surgiu – é errado emprego comissionado? Não, a administração pública permite! É errado o (a) assistente social não seguir o que orienta o Código de Ética e a Lei de Regulamentação da Profissão.
7. Admita a possibilidade de trabalhar com outra (s) coisa (s)
Sabe fazer comidas? Sabe falar inglês? Tocar algum instrumento musical? É bom em ensinar coisas? Se garante na ABNT? Considere prestar serviços para terceiros para fazer algum dinheiro enquanto surge a sua oportunidade no Serviço Social. Isso dá uma boa rentabilidade. Já recomendamos o app Getninjas, OLX, Enjoei, o próprio Facebook/Instagram.
8. Fique atento (a) para o surgimento de vagas e deixe seu currículo atrativo
Olhe todos os dias sites e comunidades de vagas. Considere melhorar seu currículo caso nunca seja chamado (a) para nenhuma seleção. Quer um modelo? Confira no final do post, temos ótimos modelos gratuitos para você baixar e usar.
9. Mantenha-se atualizado (a)
Faça cursos, atualize os currículos, tente uma especialização na área que você mais se identifica e/ou na área mais demandada na sua realidade. Saiba identificar tendências e tente sair na frente com isso, assim você pode compor a execução de algum projeto, entrar numa pós-graduação stricto sensu etc.
10. Considere mudar de área e/ou amplie suas possibilidades
Você tem uma graduação em Serviço Social… Não consegue vaga em instituição nenhuma… Tá precisando de dinheiro… Mande seu currículo para trabalhar sem ser de assistente social. Enquanto isso, você trabalha para conseguir uma vaga em serviço social. Considere também cursar uma outra graduação, principalmente se for complementar a de Serviço Social. Existem graduações de qualidade com a mensalidade acessível. Importante: saiba que uma graduação terá sempre seu grau de dificuldade e exigirá adequações financeiras, sociais, familiares etc.
Um de nossos leitores escreveu, oportunamente, o seguinte:
“Só não respondeu a pergunta: Como colocar comida na mesa com o diploma de Serviço Social?
Todas as dicas são boas, mas dependem de tempo e dinheiro. E quem esta em uma situação de urgência. Para ver que o perfil dos estudantes e recém formados não deferem do perfil socioeconômico dos usuários”
Considere buscar os benefícios da assistência social. Ela existe para quem dela necessitar. O (a) assistente social é um trabalhador como qualquer outro.
Professor universitário. Doutorando em Políticas Públicas. Mestre em Sociologia. Especialista em Gestão Pública Municipal. Especialista em Direito Previdenciário. Bacharel em Serviço Social e em Administração.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5220780303947208
ResearchGate: https://www.researchgate.net/profile/Francisco-Garcez
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Olá sou Assistente Social formada pela PUC há 3 anos, e nunca consegui ser chamada para nenhuma entrevista. Não é fácil voltar a estudar após 4 anos de muita batalha, e não sei o que fazer para conseguir uma chance. É realmente muito difícil, e me identifiquei bastante com o texto, representa bem a minha realidade. Obrigada por ele!