A história de Irena Sendler é uma prova viva da coragem e do altruísmo humano em tempos de guerra. Neste post, vamos explorar a vida e o legado desta assistente social polonesa que arriscou tudo para salvar a vida de cerca de 2.500 crianças judias durante a Segunda Guerra Mundial. Veremos como sua coragem e determinação inspiraram muitos em todo o mundo e como ela se tornou uma verdadeira heroína da guerra. Conheça a incrível história de Irena Sendler, assistente social e heroína.
Quem foi Irena Sendler?
Nascida em 1910, em Varsóvia, Irena foi criada em uma família católica e cresceu aprendendo valores como empatia, compaixão e respeito pelos direitos humanos. Ela estudou na Universidade de Varsóvia, onde se formou em Serviço Social em 1932 e logo começou a trabalhar com famílias pobres e desfavorecidas em Varsóvia.
Atuação na Segunda Guerra Mundial
Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu em 1939, Irena estava trabalhando como assistente social para o Conselho de Bem-Estar Social de Varsóvia. Ela rapidamente percebeu a gravidade da situação e decidiu usar suas habilidades e recursos para ajudar os judeus que estavam sendo perseguidos e mortos pelos nazistas.
Então, Irena falsificou documentos e ajudou judeus fornecendo comida e abrigo. Depois da prisão de 500.000 judeus no gueto de Varsóvia em 1940, ela continuou a falsificar documentos para aqueles que escaparam. Quando foi convidada para liderar o Departamento Infantil do Zegota, um ramo da resistência polonesa, ela aceitou prontamente. Com a ajuda de outros assistentes sociais, começou a resgatar crianças do gueto, aproveitando-se de sua posição oficial e da paranoia dos alemães em relação a germes para entrar no gueto sob o pretexto de querer impedir a propagação de doenças. Oficialmente, ela examinava judeus em busca de sinais de doenças contagiosas, mas na verdade, estava procurando crianças para salvar.
Usando sua posição como assistente social, ela arriscou sua vida diariamente para resgatar as crianças, muitas vezes transportando-as em malas, sacolas e caixas de madeira para evitar a detecção pelos nazistas.
Prisão
Irena foi presa e levada à prisão de Pawiak por seu envolvimento com o Zegota durante a Segunda Guerra Mundial. Lá, ela foi interrogada e torturada brutalmente pela Gestapo, mas se recusou a entregar qualquer informação ou nomes. Ela foi condenada à morte, mas por sorte, momentos antes de sua execução, um agente da Gestapo que havia sido subornado pelo Zegota ajudou-a a escapar.
Depois disso, Irena viveu escondida até o fim da guerra, sempre perseguida pela Gestapo. No entanto, ela nunca desistiu de ajudar os outros e continuou atuando em segredo para ajudar os judeus e outras pessoas perseguidas pelo regime nazista. Sua coragem e dedicação em salvar vidas foram um exemplo de resistência contra a tirania e a injustiça.
O pós-guerra
Após o término da Segunda Guerra Mundial, Irena Sendler, enfrentou a difícil tarefa de tentar reunir as crianças que ela havia salvado durante o Holocausto com suas famílias. No entanto, a cruel realidade era que a maioria dos pais dessas crianças havia sido morta nos campos de concentração nazistas.
Mesmo diante dessa triste realidade, Irena não desistiu. Ela trabalhou incansavelmente para ajudar essas crianças a reconstruir suas vidas e encontrar um novo lar. Com o passar do tempo, ela se tornou uma assistente social renomada e emigrou para a França, onde continuou a dedicar sua vida a ajudar aqueles em necessidade.
Aos 98 anos, Irena faleceu em Varsóvia em 12 de maio de 2008. Ela estava internada em um hospital da capital polonesa por um mês devido a uma pneumonia e foi sepultada no cemitério Powązki.
Reconhecimento
Durante a República Popular da Polônia, Sendler recebeu pelo menos seis condecorações por sua corajosa ação de salvar judeus durante a guerra, incluindo a Cruz de Mérito de Ouro em 1946 e outra em 1956, além da Cruz de Cavaleiro da Ordem de Polonia Restituta em 1963. Embora materiais sobre suas atividades tenham sido publicados, Sendler só se tornou uma personalidade pública conhecida após ser “redescoberta” por um grupo de estudantes de uma escola americana em 2000, quando já tinha 90 anos.
Yad Vashem, o Museu do Holocausto em Jerusalém, reconheceu Sendler como uma das Justas Entre as Nações Polonesas e concedeu-lhe o prêmio na embaixada de Israel em Varsóvia, em 1965, juntamente com Irena Schultz. Em 1983, ela foi convidada pelo Instituto Yad Vashem para participar de uma cerimônia de plantio de árvores em Israel, como homenagem a sua bravura durante a guerra.
Filme
Produzido em 2008 pela CBS, o filme “O Coração Corajoso de Irena Sendler” retrata os eventos mais importantes da luta de Irena. A atriz Anna Paquin, que interpreta Sendler, foi indicada ao Globo de Ouro em 2010.
Para saber mais
Irena Sendler – Resgatadora dos Filhos de Varsóvia – Chabad.org
O Corajoso Coração de Irena Sandler – Filme 2009 – AdoroCinema
Arquivos assistentes sociais – Portal do Serviço Social
O trabalho de Irena não só salvou a vida de muitas crianças durante a guerra, mas também inspirou muitos outros a se dedicarem a causas humanitárias. Sua história é um lembrete do poder que uma única pessoa pode ter para fazer a diferença, mesmo em tempos de grande adversidade.
Professor universitário. Doutorando em Políticas Públicas. Mestre em Sociologia. Especialista em Gestão Pública Municipal. Especialista em Direito Previdenciário. Bacharel em Serviço Social e em Administração.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5220780303947208
ResearchGate: https://www.researchgate.net/profile/Francisco-Garcez