O Ministério da Saúde anunciou uma mudança histórica: o Cartão Nacional de Saúde (CNS) passa a ser emitido com base no CPF, substituindo o antigo número do Cartão SUS. A medida, segundo reportagem da Agência Brasil, faz parte de um processo de integração de dados que promete mais eficiência, segurança e transparência no Sistema Único de Saúde (SUS).
Por que o CPF passa a ser o identificador único no SUS?
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a adoção do CPF como identificador único é um passo decisivo rumo à transformação digital do SUS. A medida possibilita:
- Redução de cadastros duplicados ou inconsistentes;
- Combate a fraudes e desperdícios;
- Melhor planejamento de políticas públicas de saúde;
- Integração com outras bases de dados governamentais;
- Facilidade no acesso a serviços como histórico de vacinas e medicamentos no aplicativo Meu SUS Digital.
Higienização da base de cadastros
Desde julho de 2025, o Ministério da Saúde iniciou a “limpeza” do CADSUS, a base de usuários do SUS. O número de registros caiu de 340 milhões para 286,8 milhões, sendo que 246 milhões já estão vinculados ao CPF.
A expectativa é que 111 milhões de cadastros sejam inativados até abril de 2026, alcançando o total de 228,9 milhões de CPFs ativos, número correspondente à base da Receita Federal.
Pacientes sem CPF continuam atendidos
É importante destacar que ninguém ficará sem atendimento. Pacientes sem CPF continuam a ter acesso ao SUS por meio de um cadastro temporário, válido por até 1 ano. Além disso, populações específicas, como indígenas, ribeirinhos e estrangeiros, seguirão registradas pelo Cadastro Nacional de Saúde (CNS).
Benefícios para cidadãos e gestores
Para a população, a unificação simplifica o dia a dia: basta apresentar o CPF em consultas, exames ou vacinações. Uma mãe, por exemplo, poderá acompanhar o histórico de vacinação do filho diretamente no celular, pela Caderneta Digital da Criança.
Para os gestores, a integração garante dados mais seguros e confiáveis, possibilitando análises mais precisas e melhor avaliação das políticas de saúde pública.
Integração com a Infraestrutura Nacional de Dados
O novo modelo será integrado à Infraestrutura Nacional de Dados (IND), coordenada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. A interoperabilidade permitirá que informações de órgãos como IBGE e CadÚnico sejam cruzadas com segurança, ampliando a qualidade e a eficiência do serviço público.
Conclusão
A emissão do Cartão SUS com base no CPF representa um avanço significativo para o Brasil. Mais do que uma mudança administrativa, é um marco na integração de dados governamentais, fortalecendo a cidadania digital e tornando o SUS ainda mais eficiente e inclusivo.
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Professor universitário. Doutorando em Políticas Públicas. Mestre em Sociologia. Especialista em Gestão Pública Municipal. Especialista em Direito Previdenciário. Bacharel em Serviço Social e em Administração.
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